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O que a Bíblia diz sobre o Papai Noel? Um alerta para cristãos

Durante o mês de dezembro, é comum ver ruas e casas enfeitadas com luzes brilhantes, árvores decoradas e, claro, a onipresente figura do Pap...

O que a Bíblia diz sobre o Papai Noel? Um alerta para cristãos
O que a Bíblia diz sobre o Papai Noel? Um alerta para cristãos (Foto: Reprodução)

Durante o mês de dezembro, é comum ver ruas e casas enfeitadas com luzes brilhantes, árvores decoradas e, claro, a onipresente figura do Papai Noel. Para muitos, ele é apenas um símbolo de diversão e generosidade. 

No entanto, Roger Patterson, do site Answers in Genesis, chama a atenção para o que está por trás da imagem moderna de Papai Noel e como ela pode desviar o foco do verdadeiro significado do Natal para os cristãos.

“O Papai Noel mítico tem sua origem em um homem que honrou Jesus Cristo com sua vida e suas posses. No entanto, a ideia atual de Papai Noel promove uma mensagem de recompensa baseada no comportamento, que não reflete a graça de Deus”, afirma Patterson.

Embora o Natal seja comemorado em 25 de dezembro, não há evidências históricas ou bíblicas de que Jesus tenha nascido nessa data. Estudos apontam que o nascimento de Jesus provavelmente ocorreu em outra época do ano, possivelmente na primavera, devido às condições mencionadas nos relatos bíblicos, como os pastores cuidando de suas ovelhas nos campos (Lucas 2:8).

O dia 25 de dezembro foi escolhido no século IV, durante o governo do imperador romano Constantino, como uma estratégia para cristianizar uma importante celebração pagã: o festival do Sol Invicto, que marcava o solstício de inverno. A ideia era substituir a adoração ao Sol pela celebração de Jesus Cristo, o “Sol da Justiça” (Malaquias 4:2), dando um significado cristão à data e facilitando a aceitação do cristianismo entre os povos romanos.

Hoje, a data é uma oportunidade para lembrar o nascimento de Jesus, mas o foco nem sempre é mantido em sua mensagem original, como destaca Patterson ao tratar da popularidade do Papai Noel.

As raízes cristãs de São Nicolau

O Papai Noel tem origem na figura de São Nicolau, um bispo do século IV, conhecido por sua generosidade. Ele usava sua riqueza para ajudar os necessitados e cumprir os ensinamentos de Cristo. “Nicholas deu livremente para atender às necessidades das pessoas ao seu redor, cumprindo os mandamentos de Cristo de ajudar os necessitados”, explica Patterson.

A tradição de São Nicolau se espalhou pelo mundo e se adaptou às culturas locais. “As roupas vermelhas provavelmente derivam das vestes episcopais. A barba branca e outros elementos, como renas e trenós, foram adotados de várias influências culturais ao longo dos séculos”, aponta o autor.

Papai Noel: O que ele representa hoje?

Embora tenha origens cristãs, a figura moderna do Papai Noel parece estar distante dos valores de São Nicolau. “O Papai Noel mítico tem sua origem em um homem que honrou Jesus Cristo com sua vida e suas posses. No entanto, a ideia atual de Papai Noel promove uma mensagem de recompensa baseada no comportamento, que não reflete a graça de Deus”, afirma Patterson.

Ele critica a famosa música natalina que sugere que as crianças devem se comportar bem para ganhar presentes. “Essa atitude está longe das ações biblicamente motivadas do São Nicolau original — e ainda mais distante da atitude cristã de criar filhos no temor e na admoestação do Senhor”, argumenta.

Além disso, Patterson alerta para o impacto cultural dessa figura. “O Papai Noel moderno é um ícone na cultura, usado para vender de tudo, desde refrigerantes até carros esportivos. Mas será que essa promoção de Papai Noel leva à exaltação de Cristo? Jesus e Papai Noel trazem mensagens concorrentes, e eu sugeriria que a resposta é não.”

Manipulação e engano

Um dos pontos mais enfáticos do autor é o perigo de usar a figura de Papai Noel para manipular o comportamento das crianças ou enganá-las. “Ouvi pessoalmente mães usando presentes do Papai Noel para manipular seus filhos a se comportarem de uma forma que agrada aos pais naquele momento. Tal manipulação é totalmente antibíblica. Como cristãos, devemos disciplinar nossos filhos por comportamentos pecaminosos porque são uma ofensa a Deus, não porque são inconvenientes ou embaraçosos para nós.”

Sobre ensinar às crianças que Papai Noel é real, ele é direto: “Persistir em proclamar a existência de um homem em um trenó com renas voadoras como fato só pode levar ao engano. A Bíblia está repleta de mandamentos contra enganar os outros. Claro, não estou dizendo que não há lugar para a imaginação, mas o nível de ênfase no Papai Noel parece ultrapassar os limites.”

Patterson sugere que pais cristãos considerem ensinar aos filhos sobre o verdadeiro São Nicolau de maneira honesta. “Permita que as crianças participem da diversão de faz de conta, mas sem deixar de lado a verdade.”

Um ladrão de glória?

Para Patterson, o maior problema do Papai Noel é como ele pode tirar o foco do verdadeiro significado do Natal: Jesus Cristo. “Se o Papai Noel tirou a glória de Jesus Cristo na celebração do Natal em sua família, talvez seja hora de reconsiderar o foco. Nosso objetivo deve ser magnificar Cristo em nossos lares para que nossos filhos fiquem impressionados com sua bondade para conosco demonstrada na cruz.”

Ele reforça que o Natal deve ser uma oportunidade de ensinar às crianças sobre o verdadeiro presente da salvação. “Nosso motivo para obedecer aos mandamentos de Deus deve ser a gratidão pela graça que Ele nos mostrou. O evangelho fala do trabalho de Deus em nos perdoar dos nossos pecados — não por causa de atos de justiça que tenhamos feito, mas por causa do que Cristo fez por nós na cruz.”

Patterson conclui com um apelo: “Espero que você reflita e ore sobre como trazer a Jesus Cristo a adoração que Ele merece, especialmente nesta época em que reconhecemos sua encarnação. Vamos fazer da Palavra de Deus a autoridade em nossas decisões sobre a celebração do Natal — dando a Deus a glória que só Ele merece.”

Patterson deixa claro que o Natal é uma oportunidade de relembrar e proclamar o nascimento de Jesus e o presente da salvação. Ele convida os cristãos a reavaliarem suas tradições, garantindo que Cristo permaneça no centro da celebração natalina. Afinal, como ele afirma, “nada do que fazemos pode nos tornar justos diante de Deus ou merecedores de seus bons presentes. Somos salvos pela graça, e isso é o verdadeiro presente do Natal.”